
Ana Maria Sebastião
Professora Catedrática e Diretora do Instituto de Farmacologia e Neurociências da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Licenciou-se em Biologia, Doutorou-se em Fisiologia Celular e Agregou-se em Neurociências. Tem dedicado a sua actividade científica e docente à interface entre as Neurociências e a Farmacologia. Foi fundadora e Directora do Colégio Mente-Cérebro da Universidade de Lisboa, É membro da coordenação e é docente dos programas de Mestrado e de Doutoramento em Neurociências da Faculdade de Medicina e bem como dos programas de Mestrado e de Doutoramento em Ciência Cognitiva da Universidade de Lisboa. Lecciona Farmacologia e Neurofarrmacologia a alunos de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Há mais de 30 anos que se dedico ao estudo da neuromodulação e plasticidade cerebral, ou seja, da capacidade que os neurónios têm de ajustar a sua actividade em função de estímulos externos ou internos, sendo que a plasticidade cerebral é um processo determinante da aprendizagem e memória. Um neuromodulador endógeno a que se tem dedicado é a adenosina, cujos níveis extracelulares de aumentam em ao longo do dia e em função da actividade neuronal. A cafeína é reduz a acção da adenosina a nível cerebral. A área cerebral a que nos temos dedicado mais detalhadamente tem sido o hipocampo, dada a sua importância em processos de aprendizagem e memória. Os estudos que efectuou contribuíram para esclarecer detalhadamente como a adenosina contribui para ajustar o equilíbrio excitatório/inibitório no hipocampo. Descobrimos também que há uma interacção entre as acções da adenosina e as acções dos canabinóides a nível cerebral, com impacto sobre a capacidade de reter e consolidar informação. Demonstrámos também o impacto da desregulação dos níveis de adenosina nas crises epiléticas induzidas pelo stress.
Está actualmente a desenvolver um projecto em colaboração com o Instituto de Psiquiatria e Neurociências de Paris, centrado nos mecanismos de acção da psilocibina (um fármaco promissor para a perturbação depressiva major), a nível molecular, sináptico e dos circuitos cerebrais.
Coordena uma acção europeia sobre epileptogénese e epilepsia que envolve grupos de investigação das Universidades de Roma, Amesterdão e Lund.